Pesquisa - "Não-Objeto" e artistas cinéticos
Lygia Clark - Máscaras Sensoriais (1967)
O Não-Objeto pesquisado foi a obra de Lygia Clark, uma série de 6 máscaras de tecidos que proporcionam diferentes experiências sensoriais por apresentarem variações de estímulos. Visualmente, cada máscara se difere por apresentarem cores diferentes: rosa, verde, laranja, cereja, azul, branco e preto. Além disso, o espaço interno da máscara contém dispositivos que alteram os sons e "saquinhos" com folhas e ervas que garantem que a experiência seja também olfativa. Nos olhos, é encontrado um tipo de óculos que altera as percepções visuais. Assim, o espectador participante oscila em diversos estados de isolamento e de exploração do espaço.
Dessa forma, a obra se enquadra no conceito de "Não-Objeto" por ser incompleto, um instrumento de pura interação e livre utilização, que só ganha sentido ao ser investigado pelos espectadores. O Não-Objeto em questão torna o espectador comum em um participante de seu próprio espetáculo.
Nelson Soares e Marcos Moreira - O Grivo
Esses artistas cinéticos inovam em várias áreas: música, tecnologia e até artes plásticas. A dupla busca novos sons e possibilidades de constituir uma orquestra, desenvolvendo, então, máquinas que fogem da ideia tradicional da música. Eles não só usam instrumentos musicais já existentes e atribuem outros sons a eles, como também criam dispositivos completamente novos, com diversos materiais. Assim, analisando as obras individualmente e sua composição no espaço, é notável o estímulo de vários sentidos, que permitem uma experiência sensorial que explora o ambiente, o som, a repetição, a organização no espaço e a velocidade.
Os objetos mexem sozinhos, em seu próprio ritmo, devido a uma tecnologia própria que os configuram como máquina. Apesar de não proporcionar a atuação direta do espectador na obra, a Arte Cinética já foge do estilo de exposição artística tradicional e já é um passo em direção à abstração do "Não-Objeto". Nesse caso do Grivo, a percepção do espectador sobre a obra varia de acordo com sua exploração individual da exposição, um tipo de experiência similar a que o "Não-Objeto" proporciona.
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